Recurso Gabarito – TRT-RJ
Análise da questão 8 da prova de Técnico (TRT-RJ)
A banca deu como gabarito a letra C, mas não levou em consideração a conjunção “para que” como fator de próclise. Segundo o gramático Evanildo Bechara, na frase da letra A “para que as palavras se tornem…”, a próclise se faz necessária como aponta em sua gramática Moderna Gramática Portuguesa 37ª edição.
“Não se pospõe, em geral, pronome átono a verbo flexionado em oração subordinada: “Confesso que tudo aquilo me pareceu obscuro “ [MA.1, 79].” (Bechara, p. 588)
Na letra A, há uma oração subordinada (final), portanto deve haver próclise e não ênclise.
Bechara também defende que a atração se mantém mesmo havendo um sujeito entre a palavra atrativa e o verbo, como mostra o próprio exemplo de sua gramática.
Se o fato de, por razões estilísticas (eufonia ou ênfase), poder haver ênclise nesse caso torna a afirmação da letra A errada, então a letra C também está errada, pois os gramáticos antigos ensinam a ênclise como obrigatória em construções sem palavra atrativa antes do verbo.
Percebe-se que as opções A e C têm argumentos e refutações de ambos os lados: gramáticos que divergem entre si e bancas que divergem entre si.
Por essa razão, o gabarito deve ser anulado por haver duas possíveis respostas: letras A e C.